"Eu vou te contar que você não me conhece,
e eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não
me ouve.
A sedução me escraviza a você
ao fim de tudo você permanece comigo mas preso ao que
eu criei e não a mim.
E quanto mais falo sobre a verdade inteira um abismo
maior nos separa.
Você não tem um nome, eu tenho.
Você é um rosto na multidão e eu sou o centro das
atenções.
Mas a mentira da aparência do que eu sou,
e a mentira da aparência do que você é
porque eu eu não sou o meu nome,
e você não é ninguém.
O Jogo perigoso que eu pratico aqui
ele busca chegar ao limite possível de aproximação
através da aceitação da distância e do reconhecimento dela
Entre eu e você existe a noticia que nos separa
eu quero que você me veja nu
eu me dispo da noticia e a minha nudez parada
te denuncia e te espelha.
Eu me delato, tu me relatas
Eu nos acuso e confesso por nós
assim me livro das palavras
com as quais você me veste"
(Fauzi Arap)
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